Lord Metal Angel

"I can change one note... and make you cry..." Gravenimage - Sonata Arctica.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Carta à um amor perdido


Fale-me da incerteza
da cruel proeza
da mais profunda tristeza
que habita no fundo do seu ser

Amargura...
é o que restou dos vestígios de ternura
onde habitava o calor em cada palavra,
cada toque, cada olhar...
sufocando à agonizar...
secam- se as lagrimas,
apaguem- se as lastimas...

já não importa o que sonhou
o que melhor se compartilhou
toda memória se esvai ao tempo
como as folhas secas do outono
que repousam em eterno sono
no leito da terra...

Óh quanto a amava...
 em cada noite fria
sua presença me aquecia...
em sonhos febris delirava
seu nome que eu chamava...

Hoje seco morro por dentro
deixe-me ir na silenciosa escuridão
 toda luz se apagou
do que havia nada restou
nem ódio ou rejeição
sou o anjo maldito a eternamente cair
em intensa desolação
que se perca minha ultima pulsação
das fibras putrefas desse coração
que batem sem motivo, sem destino
viva e deixe morrer
estrelas nascem para que outras se apaguem
a mais bela e cruel imagem
do teatro nostaligico que chamamos de vida!

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Lagrimas de um Anjo Caído



Olhe no fundo dos meus olhos
 e me diga o que consegue ver...
O reflexo em minha memória
Do nascer do sol em cada manhã
E a morte do dia em cada anoitecer...
Assim atravesso os tempos
Sozinho me perco a questionar:
Quando sua luz se apagará para jamais ascender?
Até quando esperarei pelo meu final?
De que lado estarei?
Buscando a luz, vivendo nas trevas
Procurando a paz confrotando o ódio em meu coração!
Eternidade falsa, minha maldição
Desolado, confuso, ferido
Buscando meu passado perdido
Desprovido de minha glória
Minha desonra!
Sem saber qual e o que fiz
Atravesso o tempo e a historia
Presenciando os fatos
Sofrendo em lagrimas silenciosas
Me refugiando na escuridão
Sem poder de intervenção
Assim é o livre arbítrio
Vida e morte se confrontam
Entre erros e acertos perduram
O bem e o mal se misturam
No universo criado
Como peças de um tabuleiro de xadrez
Movimentando-se de vez em vez
Vivendo na agonia do tempo a espera
De que todo os fatos tenham um significado
Num juízo final tudo tenha se consumado
Temendo o futuro, lutando no presente, vivendo de passado...

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Fragmento de Um Canto em Cordas de Bronze


Deixai que o pranto esse palor me queime,
Deixai que as fibras que estalaram dores
Desse maldito coração me vibrem
A canção dos meus últimos amores!

Da delirante embriaguez de bardo
Sonhos em que afoguei o ardor da vida,
Ardente orvalhos de febris pranteios,
Que lucro à alma descrida?

Deixai que chore pois. - Nem loucas venham
Consolações a importunar-me as dores:
Quero a sós murmurá-la à noite escura
A canção dos meus últimos amores!

Da ventania às rápidas lufadas
A vida maldirei em meu tormento
- Que é falsa, como em prostitutos lábios
Um ósculo visguento.

Escárnio! Para essa muitas virgens
Como flores - românticas e belas -
Mas que no seio o coração tem árido,
Insensível e estúpido como elas!

Que agreste vibrar, ruja-me as cordas
Mais selvagens desta harpa - quero acentos
De áspero som como o ranger dos mastros
Na orquestra dos ventos!

Corre feio o trovão nos céus bramindo;
Vão torvos do relâmpago os livores:
Quero às rajadas do tufão gemê-la,
A canção dos meus últimos amores!

Vem, pois, meu fulvo cão! ergue-te, asinha,
Meu derradeiro e solitário amigo!
- Quero me ir embrenhar pelos desvios
Da serra - ao desabrigo...


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ecos da Aurora

Amanhece
O Sol nasce alem do horizonte
Aguas vertem da antiga fonte
Sobre as ruínas desta acrópole
Vultos misteriosos a vagar
desaparecem ao clarear
Sumindo na imensidão
do que ainda resta da escuridão

Sob os tímidos raios de luz
a carregar a mais pesada cruz
ao calor do sol nascente
a queimar em chama ardente
Segue em lentos... contínuos passos
Olhos distantes compondo em seus traços
da palida face, escurecidos lábios
sustentando a mais fiel expressão da dor

Alegria, tristeza, ódio ou rancor...
seja como for!
tudo perde seu encanto, seu sentido
quando em pranto do seu peito tem vertido
cortando-lhe a face entre lagrimas cujo sal
corre-lhe a pele ácido e mortal
purificando a alma de todo o mal
do desespero à loucura
Sonhando o afago, a ternura
que outrora pela noite
apaixonado esteve à procura...

Lord Metalangeljc

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Nas Sombras

Nas Sombras

Ainda é noite, nos primeiros segundos
a abrir o portal entre dois mundos
do inferno vivo da razão
e a esperança idealizada da emoção
somadas a mais profunda agonia
que uma alma errante estendia
entre soluços de amargo sofrimento
memorias, lembrança e tempo
em que se havia uma escolha
livre arbitrio
mistério sombrio
sinto- me palido a percorrer um frio
a congelar meu coração
a me perder na imensidão
como um anjo que cai por uma escolha errada
por criatura tão bela a tanto idealizada
foste meu paraiso, meu refugio e meu abrigo
meu inferno, meu cativerio e eterno perigo
do divino ao profano
reconheço meu engano
quando seduzido por seu olhar
busquei- te nas estrelas, no raio do luar
do pranto fiz meu oceano
nas profundezas me afogando
declamando minha ultima suplica
até meu ultimo pulso de vida
incuravel ferida
brotaste em peito querida.

Lord Metal Angeljc

domingo, 13 de novembro de 2011

Ecos de uma alma solitaria

Minha Selene
Sonata Arctica
Poesia noturna,Vestida na mais branca prata, você sorria para mim
Todas as noites eu espero pela minha doce Selene
Mesmo assim...
Solidão em minha pele
Uma vida presa pelas correntes da realidade
Você me deixaria ser seu Endymion?
Não me banharei em seu luar, e descansarei em paz
Encantado pelo seu beijo num sono eterno

Mas até que nos unamos
Eu vivo por aquela noite
Esperando pela hora
Que duas almas se encontrarão
No raiar de um novo dia
Minha fé é renovada
Sombras, elas desaparecerão
Mas eu estou sempre nas sombras
Sem você...

Sereno e silencioso céu
Raios da lua dançando com a maré
Uma vista perfeita, um mundo divino
E eu...
A mais solitária criança viva
Sempre esperando, procurando pela minha rima
Eu ainda estou sozinho no fim da noite
Silencioso eu espero com um sorriso no meu rosto
Aparencia trai e o silencio engana

Meus sonhos virarão realidade
Sempre fora de alcance
Mas nunca fora da mente
E abaixo da lua
Eu ainda espero por você
Sozinho contra a luz
Solidão sou eu...

No fim, não há alma que sangraria por mim...

Preso em um sonho que esta lentamente se tornando um pesadelo
Aonde estou sozinho
A vida é perdoavel quando você não passa de um sonho
O livro ainda está aberto, as páginas são tão vazias quanto eu...

Eu me seguro a uma esperança que está começando a desaparecer
Tentando quebrar a desolação que eu odeio

Mas até que nos unamos
Eu vivo por aquela noite
Esperando pela hora
Que duas almas se encontrarão
No raiar de um novo dia
Minha fé é renovada
Nunca nos encontraremos
Apenas miséria e eu
Esse é meu ultimo chamado
Minha queda
Me afogando no tempo
Eu me torno a noite
No raiar de um novo dia
Eu desaparecerei
A realidade corta fundo
Você sangraria comigo Minha Selene?

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Trevas

Eu tive um sonho que não era em todo um sonho
O sol esplêndido extinguira-se, e as estrelas
Vagueavam escuras pelo espaço eterno,
Sem raios nem roteiro, e a enregelada terra
Girava cega e negrejante no ar sem lua;
Veio e foi-se a manhã - Veio e não trouxe o dia;
E os homens esqueceram as paixões, no horror
Dessa desolação; e os corações esfriaram
Numa prece egoísta que implorava luz:
E eles viviam ao redor do fogo; e os tronos,
Os palácios dos reis coroados, as cabanas,
As moradas, enfim, do gênero que fosse,
Em chamas davam luz; As cidades consumiam-se
E os homens juntavam-se junto às casas ígneas
Para ainda uma vez olhar o rosto um do outro;
Felizes enquanto residiam bem à vista
Dos vulcões e de sua tocha montanhosa;
Expectativa apavorada era a do mundo;
Queimavam-se as florestas - mas de hora em hora
Tombavam, desfaziam-se - e, estralando, os troncos
Findavam num estrondo - e tudo era negror.
À luz desesperante a fronte dos humanos
Tinha um aspecto não terreno, se espasmódicos
Neles batiam os clarões; alguns, por terra,
Escondiam chorando os olhos; apoiavam
Outros o queixo às mãos fechadas, e sorriam;
Muitos corriam para cá e para lá,
Alimentando a pira, e a vista levantavam
Com doida inquietação para o trevoso céu,
A mortalha de um mundo extinto; e então de novo
Com maldições olhavam para a poeira, e uivavam,
Rangendo os dentes; e aves bravas davam gritos
E cheias de terror voejavam junto ao solo,
Batendo asas inúteis; as mais rudes feras
Chagavam mansas e a tremer; rojavam víboras,
E entrelaçavam-se por entre a multidão,
Silvando, mas sem presas - e eram devoradas.
E fartava-se a Guerra que cessara um tempo,
E qualquer refeição comprava-se com sangue;
E cada um sentava-se isolado e torvo,
Empanturrando-se no escuro; o amor findara;
A terra era uma idéia só - e era a de morte
Imediata e inglória; e se cevava o mal
Da fome em todas as entranhas; e morriam
Os homens, insepultos sua carne e ossos;
Os magros pelos magros eram devorados,
Os cães salteavam seus donos, exceto um,
Que se mantinha fiel a um corpo, e conservava
Em guarda as bestas e aves e famintos homens,
Até a fome os levar, ou os que caíam mortos
Atraírem seus dentes; ele não comia,
Mas com um gemido comovente e longo, e um grito
Rápido e desolado, e relambendo a mão
Que já não o agradava em paga - ele morreu.
Finou-se a multidão de fome, aos poucos; dois,
Dois inimigos que vieram a encontrar-se
Junto às brasas agonizantes de um altar
Onde se haviam empilhado coisas santas
Para um uso profano; eles a resolveram
E trêmulos rasparam, com as mãos esqueléticas,
As débeis cinzas, e com um débil assoprar
E para viver um nada, ergueram uma chama
Que não passava de arremedo; então alçaram
Os olhos quando ela se fez mais viva, e espiaram
O rosto um do outro - ao ver gritaram e morreram
- Morreram de sua própria e mútua hediondez,
- Sem um reconhecer o outro em cuja fronte
Grafara o nome "Diabo". O mundo se esvaziara,
O populoso e forte era uma informe massa,
Sem estações nem árvore, erva, homem, vida,
Massa informe de morte - um caos de argila dura.
Pararam lagos, rios, oceanos: nada
Mexia em suas profundezas silenciosas;
Sem marujos, no mar as naus apodreciam,
Caindo os mastros aos pedaços; e, ao caírem,
Dormiam nos abismos sem fazer mareta,
mortas as ondas, e as marés na sepultura,
Que já findara sua lua senhoril.
Os ventos feneceram no ar inerte, e as nuvens
Tiveram fim; a escuridão não precisava
De seu auxílio - as trevas eram o Universo.


Lord Byron